Aparência
ORIGEM: Portugal.
UTILIZAÇÃO: Cão de guarda de bens e gado.
F.C.I. CLASSIFICAÇÃO: Grupo 2 Pinscher, Schnauzer,
raças molossóides, Suíça
Montanha e Pecuária
Cães e outras raças.
Seção 2.2. Molossóides raças,
Mountain tipo.
Sem prova de trabalho.
RESUMO HISTÓRICO: Acredita-se que descendem de cães molosser do Oriente Médio. devido ao seu tamanho e coragem eram utilizados por tribos cuja subsistência dependia da pastorícia, desempenhando assim um papel crucial para este tipo de comunidade.
Com o início da migração, o que implica o deslocamento temporário de grandes rebanhos, verificou-se que foram expostos a vários perigos durante as viagens de longo curso. Em seu caminho para as montanhas no verão e de volta para a planície, no inverno, os bandos eram sempre acompanhados por cães de grande porte, que que se espalharam ao longo dos trajectos de região para região. Assim se explica o surgimento deste poderoso cão, nas planícies do Alentejo, que tem sido chamado de Rafeiro do Alentejo, desde o final do século 19.
APARÊNCIA GERAL: cão de tamanho grande, poderoso, rústico, sóbrio e tranqüilo.
Contornos de cabeça ligeiramente convexos. é sublonguilíneo (ligeiramente mais longo que largo).
PROPORÇÕES IMPORTANTES: retangular (Sub-longilinear), com altura na cernelha ligeiramente inferior ao comprimento do corpo. Largura do crânio sobre o comprimento da cabeça deve ter uma relação de 1 / 2.
Comprimento do focinho e crânio devem ter uma proporção de 2 / 3.
A profundidade do peito deve ser ligeiramente menor que a metade da altura na cernelha.
REGIÃO FACIAL:
Trufa: Oval, com a ponta ligeiramente para baixo e para a parte traseira do focinho, cor preta, com narinas bem abertas.
Focinho: cana nasal recto. O focinho tem uma base larga e alta, diminuindo moderadamente em direção ao nariz e é mais curto que o crânio.
Lábios: pretos, levemente arredondados na frente, sobrepostos, cortados, de espessura média, mostrando uma ligeira curva no perfil inferior.
Maxilares / Dentes: fortes e bem desenvolvidos, tesoura, torquês aceitável.
Bochechas: Ligeiramente evidentes com área massetérica proeminente.
Olhos:de superfície pequena, quase elíptica. De cor marron (de preferência escuro), horizontais, e pequenos ;pálpebras escuras e pigmentadas, firmes e aderentes aos olhos. Com uma expressão calma.
Orelhas: De inserção mediana, com baixa mobilidade, dobradas e pendentes. Pequenas, com uma base estreita e comprimento igual ou ligeiramente maior que a largura; triangulares e arredondadas na ponta. Em atenção permanecem dobradas, subindo na base e dobrando verticalmente.
PESCOÇO: bem colocados nos ombros, em linha reta, queixo curto, forte, com um comprimento simples e uniforme, proporcional ao tamanho.
TRONCO: forte, bem musculoso, ligeiramente maior que a altura na cernelha, volumoso.
Linha superior: recta, quase de nível, com uma ligeira inclinação da dianteira para a traseira que é tolerada.
Cruz: não proeminente, bem ligada ao pescoço.
Coluna: ligeiramente inclinada tendendo para a horizontal.
Lombo: de comprimento médio, recto e largo, bem musculoso.
Garupa: ligeiramente inclinada, de comprimento médio, larga e musculosa, em relação à substância corporal.
Peito: largo, bem descido, ou ligeiramente abaixo do cotovelo.
Peitoral: Gerail, mas não muito evidente.
Costelas: bem arqueadas, ligeiramente inclinadas para a parte de trás.
Linha inferior e ventre: do esterno quase horizontal; é esgalgado e segue a linha do esterno.COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: um excelente cão de quinta e guarda da propriedade. É mais vigilante à noite, sendo também útil com protector de gado, quando guarda território ou quaisquer outros bens que lhe são confiados. Tem uma expressão calma e confiante, não é agressivo nem tímido.
CABEÇA: Volumosa tende a ser contínua em proporção ao tamanho do cão, de largura na parte de trás do crânio, estreita e menos convexa na testa. O eixo superior do crânio facial é moderadamente divergente.
REGIÃO CRANIANA:
Crânio: largo, arredondado, em ambos os eixos longitudinais e transversais; As arcadas superciliares não são proeminentes; o sulco frontal é muito pronunciado nos olhos e acima deles; A protuberância occipital é apenas visível. curvatura do espaço interatrial é regular e luz.
depressão naso-frontal: É muito pronunciada.
CAUDA: longa, espessa, inserida ao longo da linha média da garupa. Apresenta uma curva na ponta, mas não dobrados. Quando o cão está em repouso, cai sob o calcanhar, quando activo, pode tornar-se enrolada.
MEMBROS
Anteriores:
Fortes, afastados, bem aprumados de frente e de perfil.
Ombros: fortes, de comprimento médio, bem desenvolvidos e musculados, cerca de 105 º de ângulo escápulo-umeral.
Braço: Forte, de comprimento médio; inclinados e musculosos.
Cotovelos: bem ajustados ao tórax, não virando nem para fora nem para dentro; ângulo úmero-raio entre 130 º e 135 º.
Antebraços: verticais, longos, fortes e bem musculados.
Carpo (articulação metacarpo): grossa, com boa articulação.
Metacarpo (quartela): de comprimento médio, espesso, ligeiramente inclinada.
Patas: dedos grossos e longos herméticamente fechados e não muito curvados; unhas fortes, coloridas de acordo com a cor da pelagem; almofadas espessas e resistentes.
Posteriores:
Fortes, afastados, bem aprumados de trás e de perfil.
Coxas: longas, largas e bem musculosas, mas não exageradamente, ângulo do fêmur hip-cerca de 105 º.
Joelhos: articulação forte, em linha com o corpo sem virar para fora; ângulo fêmur-tíbia entre 125 º e 130 º.
Pernas: Fortes, moderadamente inclinadas; de comprimento médio, bem musculadas.
Jarretes: fortes, ângulo tíbio-tarso aproximadamente 140 º; magros, de estatura mediana.
Metatarso: grossa, de comprimento médio, de altura média, ligeiramente inclinada, pode ter ergôs simples ou duplos.
Patas:dedos grossos e longos herméticamente fechados e não muito curvados; unhas fortes, coloridas de acordo com a cor da pelagem; almofadas espessas e resistentes.
MOVIMENTAÇÃO: pesado, lento e ondulate, mas não exageradamente.
PELE: grossa, bem aderente ao corpo; mucosas internas parcial ou totalmente pigmentadas de preto, mucosas externas totalmente pigmentadas.
BRASÃO
Pêlo: curto ou de comprimento médio, sendo este preferido; grosso, liso e denso, uniformemente distribuído até entre os dedos.
COR: preta, lobeira, fulva ou amarela, com ou sem brindling, sempre com marcas brancas, ou branca com manchas destas cores.
ALTURA E PESO:
Altura na cernelha:
Machos: 66-74 cm.
Fêmeas: 64-70 cm.
Peso:
Os machos: 45-60 kg.
As fêmeas: 35-50 kg.
FALTAS: qualquer desvio em relação ao estalão deve ser considerado como falta e de acordo com a seriedade da falha deve ser penalizado na exata proporção de sua gravidade e dos seus efeitos sobre a saúde eo bem estar do cão.
• Comportamento: Timidez.
• Aparência: Mau aspecto geral, magreza ou obesidade.
• Focinho: longo e estreito, ligeiramente curvado de perfil, com o nariz verticalmente truncado.
• Linha superior: arqueada para trás.
• Garupa: longa, demasiado inclinada para baixo, estreita.
• Cauda: inserida demasiado alta ou baixa.
• Patas - jarrete de vaca ou muito largos na frente; angulação incorreta e falta de retidão de metacarpos.
• Pés - Disproporcionais ao tamanho do corpo, ou pés espalmados ou de lebre.
• Brasão - em mau estado; pêlos longos ou ondulados.
DEFEITOS GRAVES:
• Geral Aparência: estrutura leviana ou linfática.
• Cabeça: desproporcional ao tamanho do cão, a falta de volume, stop pronunciado, crânio achatado e estreito eixos longitudinais superiores crânio faciais paralelos.
• Olhos: de cor clara, não elípticos, oblíquos, pálpebras não muito aderentes ao globo ocular.
• Orelhas: Grandes, arredondadas, não dobradas, parcialmente cortadas.
• Pescoço: Ausência de queixo, rugas ou duplo queixo.
• Peito: estreito e costelas planas.
• Cauda: Enroscada quando em repouso, com gancho na ponta; curto. Amputada.
• Membranas mucosas: falta parcial da pigmentação externa da boca, pálpebras, lábios e nariz.
• Altura: Machos: menos de 66 cm ou mais de 75 cm. Fêmeas: menos de 64 cm ou mais de 71 cm.
FALTAS ELIMINATÓRIAS:
• Comportamento: Agressivo ou demasiado tímido.
• Tipo: Atípico.
• Aparência geral: estrutura extremamente leve ou linfática.
• Cabeça: muito estreita e comprida.
• Focinho: muito longo, perfil convexo.
• Maxilas: Prognatismo superior ou inferior.
• Olhos: muito leves, de diferentes tamanhos e cores.
• Orelhas: inseridas demasiado altas ou baixas, excessivamente grandes e redondas.
• Cauda: Ausência.
• Membranas mucosas: total falta de pigmentação (albinismo) da boca, lábios e nariz.
• Pelagem: muito curta.
Qualquer cão que apresentar anomalia física ou comportamental deve ser desqualificado.
NB: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, completamente descidos no escroto.
História
O Rafeiro do Alentejo é uma raça antiga da região do Alentejo. Como a maioria dos molossos europeus, acredita-se que tenha descendido dos cães corpulentos do Tibete.
Quando os cães chegaram na Península Ibérica não é conhecida, pois eles podem ter vindo com alguns nômades na pré-história, ou que tenham sido trazidos pelos romanos quando governou a região milhares de anos atrás. Muitas vezes, é suposto que a raça está relacionada com o Mastin Tibetano, mas nenhuma prova disso existe. Talvez no futuro, evidências de ADNvai provar quando os cães chegaram e qual a sua ancestralidade é, mas por agora não há nenhuma prova, apenas lendas, conjecturas e especulações.
O que se sabe é que esta raça tem sido usado para mover os ovinos das montanhas do norte de Potrugalpara o planalto do Alentejo e de volta para a montanha. Devido às mudanças na agricultura e na pecuária, e da eliminação de predadores de grande porte, a raça deixou de ter uso econômico e começou a declinar. Criadores, no entanto, têm sido capazes de manter a raça viva, embora, em Portugal, ainda é considerada "vulnerável".
Acredita-se que o Rafeiro do Alentejo tenha sido difundida durante a época dos descobrimentos, sobretudo pelos pescadores que visitavam regularmente a Terra Nova. É com base nesta teoria que se defende que o Rafeiro do Alentejo seja um dos antepassados do Cão de Terra Nova, o Newfoundland.
Sabe-se que o nome “Rafeiro do Alentejo” é utilizado desde o fim do século XIX. A designação vem provavelmente da concepção que a população fazia do cão: um cão rafeiro que era comum na região.
Apesar da antiguidade desta linha, o Rafeiro do Alentejo teve de esperar até meados do século XX para se ver livre da classificação de rafeiro. Ironicamente, o nome escolhido para a raça acabou por ser o nome colocado pela população. Em 1940, foi realizado um censo por dois cinófilos, António Cabral e Filipe Romeiras, para tentar determinar o número de Rafeiros do Alentejo existiam na região. Este foi o ponto de partida para a realização do estalão e o reconhcimento da raça pelo FCI que veio em 1967. O Rafeiro do Alentejo é reconhecido pela Fédération Cynologique Internationele, junto com outras raças portuguesas (o Cão da Serra da Estrela e o Cão de Castro Laboreiro), no grupo 2 e seção 2. A "Associação dos Criadores Do Rafeiro do Alentejo" é o clube oficial desta raça em Portugal.
Contudo o reconhecimento da raça não proporcionou a popularidade que se esperava para o Rafeiro do Alentejo. O número de exemplares chegou mesmo a diminuir nas décadas seguintes. O êxodo rural e a desertificação do interior não ajudaram esta raça rústica que no início da década de 80 via os seus exemplares reduzidos ao mínimo desde que começou a ser contabilizado o número de cães desta raça.
Hoje em dia o Rafeiro do Alentejo é um cão popular em Portugal, com registos anuais entre 200 e 500 exemplares, conforme os anos, e é mais frequentemente mantido como companheiro e cão de guarda.
O Rafeiro do Alentejo não é um cão para o dono inexperiente. Sendo um cão de guarda é bastante territorial e agressivo para com estranhos que entram na sua propriedade. Por isso é indispensável que o seu raio de acção esteja bem delimitado e o terreno bem vedado. O ladrar é a primeira forma de defesa do território. A sua voz é grave e audível a grandes distâncias. É um cão de defesa, só atacando perante a percepção de ameaça.
Por ser um excepcional cão de guarda, defende com coragem o terreno e a família, estando especialmente atento durante a noite.
O Rafeiro do Alentejo é um animal calmo, seguro de si com um carácter nobre e digno. Extremamente leal, é especialmente paciente com crianças. Gosta da atenção da família, mas recusa-se a aprender truques sem utilidade no seu trabalho. É bastante eficaz no gasto de energia e tentará ao máximo poupá-la para a sua actividade de guarda. Devido à sua rapidez é também utilizado na caça grossa.
Em casa, é bastante calmo e dócil. A raça amadurece bastante tarde apenas por volta dos quatro anos. Convive com outros animais, desde que estes tenham sido apresentados desde cedo.
O Rafeiro do Alentejo não é um cão de cidade ou apartamento. Devido ao seu grau de inactividade no interior, necessita de um espaço exterior para poder passar parte do dia. Não é um cão que aprecie as rotinas citadinas e gosta de ter um território para guardar.
Estima-se que a raça tem a esperança de vida média de 14 anos.
Poucos dados existem para problemas de saúde desta raça. No entanto, quando criados para serem muito exagerados, podem estar sujeitos a displasia da anca, e cães com o peito profundo, por vezes, sofre de inchaço.
O pelo curto a médio do Rafeiro do Alentejo não exige muita manutenção. Escovagens semanais são suficientes para manter o pelo bem tratado. O Rafeiro do Alentejo muda de pelo duas vezes por ano, necessitando de escovagens mais frequentes nestas alturas para remover os fios caídos.
O banho deve ser dado apenas quando necessário, uma vez que a água e os produtos destroem a camada oleosa de protecção da pele dos cães.